
Foto de Miguel Mealha
Porquê sentir-se seco, desprovido de sentimento, arredado da vida... Apetece quebrar a mesa de vidro com ambos os punhos, rasgar a capa tão impermeável com a faca da vontade, derreter o piso do estabelecido com o ácido do suor. Cada dia que passa, porquê secar cada vez mais. A pele, outrora suave, um árido pretexto para a cor. O cabelo esbranquiçado, quebradiço. Dias, e outros e ainda outros, a não apetecer ouvir música, ver filmes, ler livros, tocar piano, ir à net, responder, falar, suspirar, arrepiar-se, chorar. Desprender-se do real, viver uma alternativa paralela, e pouco interessa mais. Querer outras realidades, querer outras respostas, querer uma saída, mas não se saber se de facto se quer sair, e sair para onde... Esperando, esperando, esperando, esperando, e de repente outra rajada de vento. Intermitente ao tempo de todas as indecisões. Intermitente ao próprio pulsar da vida.
Porquê sentir-se seco, desprovido de sentimento, arredado da vida... Apetece quebrar a mesa de vidro com ambos os punhos, rasgar a capa tão impermeável com a faca da vontade, derreter o piso do estabelecido com o ácido do suor. Cada dia que passa, porquê secar cada vez mais. A pele, outrora suave, um árido pretexto para a cor. O cabelo esbranquiçado, quebradiço. Dias, e outros e ainda outros, a não apetecer ouvir música, ver filmes, ler livros, tocar piano, ir à net, responder, falar, suspirar, arrepiar-se, chorar. Desprender-se do real, viver uma alternativa paralela, e pouco interessa mais. Querer outras realidades, querer outras respostas, querer uma saída, mas não se saber se de facto se quer sair, e sair para onde... Esperando, esperando, esperando, esperando, e de repente outra rajada de vento. Intermitente ao tempo de todas as indecisões. Intermitente ao próprio pulsar da vida.