Manhã:
A chuva, a chuva, a chuva, e o passeio à senhora da desgraça. Supostamente teria uma reunião às onze da manhã (de um sábado, que barbaridade), mas quando lá cheguei, a reunião tinha sido cancelada. Boa! Felizmente tinha plano alternativo, o meu grupo de teatro andava por aí por Lisboa a procurar coisas para a peça. Fui então ter com eles, e passámos por vários locais, entre móveis caríssimos, roupas baratas, e opções muito ou pouco viáveis. Ainda tenho que encontrar um fato, e ainda não sei onde...
Tarde:
Imaginem que vêm "O Padrinho" três vezes por dia durante uma semana, incluindo fins de semana. Imaginem que têm de analizar todos os olhares, todos os gestos, todas as entoações de voz, todos os microscópicos pedaços do filme, até ficarem com a mente repleta daquelas personagens. Imaginem que a seguir a isso conhecem a Família Corleone, e as figuras que durante uma semana intensa viveram apenas num ecrã se tornam realidade, estão ali, à vossa frente de carne e osso. Aconteceu-me isto na estreia dos documentários que montei, dentro de uma workshop promovida pela Gulbenkian. Foram duas semanas de trabalho intenso, a montar dois documentários: um sobre um imigrante brasileiro que ensina e dança forró, e outro sobre uma rapariga de 14 anos que tem insuficência renal mas apesar disso não perde a alegria de viver. Parece que estou a exagerar, mas foi das sensações mais estranhas de sempre quando finalmente conheci essas duas pessoas, e as outras que entram no filme. E estavam lá todas, a apertarem-me a mão, timidamente. Porque além da estranheza inicial, ainda é mais esquisito saber que nós conhecemos aquelas pessoas como a palma das nossas mãos, vivemos com elas durante horas e noites a fio, enquanto que elas nos estão a ver pela primeira vez, para elas somos absolutos desconhecidos. Quase como se estivessemos a dizer "olá" a um irmão que perdeu a memória. A minha tarde foi assim - a ver num ecrã as figuras com que convivi, e à minha volta nessa sala, as pessoas que essas figuras representam.
Noite:
Surpresa das surpresas - dirigindo-me ao goethe institut para ir ver uma pacata sessão de algumas curtas da minha escola, descobri que "Ilusão", o meu primeiro filme, ia passar lá também. Agradável pormenor, mas se me tivessem informado melhor, tinha chamado mais gente, nomeadamente a actriz do filme - a Cristina Carvalhal - que por acaso encontrara horas antes na sessão de curtas da gulbenkian, e com quem estive a falar. Que timing! De qualquer maneira fiquei de fazer um dvd com o meu filme, e de enviar-lhe por correio. Foi construtiva, a sessão. Sobretudo serviu para rever colegas que não via há muito, e para reafirmar a minha vontade de ir à minha escola acabar o meu segundo filme. É a hora!
A chuva, a chuva, a chuva, e o passeio à senhora da desgraça. Supostamente teria uma reunião às onze da manhã (de um sábado, que barbaridade), mas quando lá cheguei, a reunião tinha sido cancelada. Boa! Felizmente tinha plano alternativo, o meu grupo de teatro andava por aí por Lisboa a procurar coisas para a peça. Fui então ter com eles, e passámos por vários locais, entre móveis caríssimos, roupas baratas, e opções muito ou pouco viáveis. Ainda tenho que encontrar um fato, e ainda não sei onde...
Tarde:
Imaginem que vêm "O Padrinho" três vezes por dia durante uma semana, incluindo fins de semana. Imaginem que têm de analizar todos os olhares, todos os gestos, todas as entoações de voz, todos os microscópicos pedaços do filme, até ficarem com a mente repleta daquelas personagens. Imaginem que a seguir a isso conhecem a Família Corleone, e as figuras que durante uma semana intensa viveram apenas num ecrã se tornam realidade, estão ali, à vossa frente de carne e osso. Aconteceu-me isto na estreia dos documentários que montei, dentro de uma workshop promovida pela Gulbenkian. Foram duas semanas de trabalho intenso, a montar dois documentários: um sobre um imigrante brasileiro que ensina e dança forró, e outro sobre uma rapariga de 14 anos que tem insuficência renal mas apesar disso não perde a alegria de viver. Parece que estou a exagerar, mas foi das sensações mais estranhas de sempre quando finalmente conheci essas duas pessoas, e as outras que entram no filme. E estavam lá todas, a apertarem-me a mão, timidamente. Porque além da estranheza inicial, ainda é mais esquisito saber que nós conhecemos aquelas pessoas como a palma das nossas mãos, vivemos com elas durante horas e noites a fio, enquanto que elas nos estão a ver pela primeira vez, para elas somos absolutos desconhecidos. Quase como se estivessemos a dizer "olá" a um irmão que perdeu a memória. A minha tarde foi assim - a ver num ecrã as figuras com que convivi, e à minha volta nessa sala, as pessoas que essas figuras representam.
Noite:
Surpresa das surpresas - dirigindo-me ao goethe institut para ir ver uma pacata sessão de algumas curtas da minha escola, descobri que "Ilusão", o meu primeiro filme, ia passar lá também. Agradável pormenor, mas se me tivessem informado melhor, tinha chamado mais gente, nomeadamente a actriz do filme - a Cristina Carvalhal - que por acaso encontrara horas antes na sessão de curtas da gulbenkian, e com quem estive a falar. Que timing! De qualquer maneira fiquei de fazer um dvd com o meu filme, e de enviar-lhe por correio. Foi construtiva, a sessão. Sobretudo serviu para rever colegas que não via há muito, e para reafirmar a minha vontade de ir à minha escola acabar o meu segundo filme. É a hora!